segunda-feira, 19 de maio de 2008

Insight.

,mais uma vez me deparo comigo e estou refletindo. E é uma reflexão que não me dará resposta, pois a resposta não depende de mim. E tenho medo de refletir errado, perder o meu tempo com pensamentos sem sentido; flashes de consciência irracional e emotiva que me forçam a querer tomar uma decisão baseada na não resposta.
Talvez a questão não resolvida seja a resposta; o silêncio talvez já queira dizer não, e eu tenho que aceitá-lo assim, subentendido. A abstração do não ausente é a resposta que procuro? Creio que seja.
Na verdade eu deveria ter deixado para lá logo no início, acho que não deveria ter insistido, deveria ter deixado ir sem forçar a olhar para trás; eu não deveria ter chamado. Mas a vontade de ter a presença foi mais forte do que eu.
E eu estava disposto a me contentar com uma pequena fração. Sim, eu abriria mão do que eu quero se fosse necessário para que eu tivesse o básico. Então refleti sobre isso, e vi que agindo assim eu estaria violentando a mim mesmo; foi aí que senti meu orgulho ferido. E o sangue da ferida inundou todo o resto e me afoguei em mágoa.
Mas o tempo passou e a mágoa foi drenada e eu voltei a respirar. Porém, a umidade do sangue persiste. Só que nada disso importa, é passado, e falo do presente. Mas é difícil não importar, porque eu preciso de uma resposta, e como ela não virá até mim, para encontrá-la só me restam as evidências do passado. E baseado no que já se foi tentarei obter uma resposta que justifique minha decisão, cuja qual tenho medo de tomar por ser algo que não quero: esquecer.
Acho que cheguei ao inicio de uma conclusão, não vou esquecer; até porque esquecer não depende da minha vontade.
O que farei é aguardar o tempo passar e ficarei esperando a resposta. Não a buscarei, não perguntarei, não exigirei. Coisas como essas não devem ser exigidas, devem vir espontaneamente. Mas mesmo que a resposta seja ruim eu quero ouvi-la, acho que tenho esse direito.
Nunca prive alguém que se importa com você de uma justificativa.

domingo, 11 de maio de 2008

Ao som da música.

Não há modo de descrever o efeito que aquela música causava em seu corpo todo. A vibração lhe dava um batimento acelerado do seu coração. A letra narrava a sua versão da história. Era uma história de dois, e nesse caso não há uma versão oficial e correta dos fatos, o que há são duas perspectivas diferentes, e cada uma correta - do seu ponto de vista. Não havia discussão, não mais.
A música continuava tocando e ele agora dançava. O ritmo ele não percebia, ele não via se dançava conforme a música, ele vibrava em ressonância com o som da música, com o som do sentimento da música, com o som do seu sentimento.
De olhos fechados só podia perceber os flashes de luzes coloridas. O salão estava cheio, muita gente dançava perto dele. Mas naquela multidão ele estava sozinho, ele se isolava.
(.....)
E a canção agora era seu sustentáculo, ela que o mantinha de pé, uma força invisível que o cercava. Ele se sentia livre, porém firme no meio do nada. Ele se sentia como se estivesse dentro de um recipiente gigante, cheio de um liquido viscoso no qual estava submerso, porém suspenso, na música. Ela invadia seus ouvidos, penetrava e saia de sua boca. A música se tornara nele simultaneamente interna e externa. Ela mantinha um fluxo próprio, porém equilibrado, mantendo uma isotonia entre o meio interior e exterior do que parecia ainda sê-lo. Foi quando ele viu que ele já não mais era o que foi até então, ela agora era a música.
E sua propagação seria inevitável, era como um sino depois da badalada: ressoa inevitavelmente. E com decibéis incalculáveis ele abraçará todo o espaço com sua vibração infinita, ele se expandirá fazendo toda matéria tremer. Ele ocupará cada canto do globo, cada espaço vazio. E nenhuma parede, muralha ou montanha poderá barrá-lo.
E quando todo o planeta estiver tomado sua expansão pelo universo será inevitável, e até o morador do mais longínquo ponto do espaço ouvirá sua voz; e se não houver morador sua voz ecoará no vazio e ele não obterá resposta. Sua voz era agora tão alta que de local algum ele receberá resposta, já não era possível ouvi-lo. Sua voz, seu som, sua música era agora apenas vibração cósmica.
(...)

Tem mais, só que não vou postar o resto não.

Possíveis leitores, grande beijo a todos.

sábado, 3 de maio de 2008

Algo sem sentido vindo do nada mas com motivos e razões.

De repente me vi cansado das reflexões. Preciso me afastar de mim. Cansei de mim. Quero distância dos meus sentimentos, dos meus desejos. Não era necessário que fosse assim, mas se fez necessário porque cansei.
Digo tudo isso falando em primeira pessoa de mim. Digo que amo, ou amei, e o que sinto ou senti ocupa demais meus pensamentos porque tenho mania de pensar o que sinto, eu racionalizo os sentimentos ocupo minha mente pensando sobre o que sinto, e preciso de espaço, de tempo de silêncio.
Não quero que seja assim, eu queria que fosse mais simples, queria apenas que fosse possível, mas você utiliza todos os meios possíveis de impossibilitar, e eu não te entendo. Geralmente adoro o que não entendo, mas dessa vez estou cansando.
Acho que me deixei levar, não sei ao certo. Às vezes penso que foi um jogo, e não gosto de ser peça de xadrez. Gosto de confusões, mas odeio que me confundam. E sinceramente, você me confunde.
Mas ainda te quero. E creio que tudo é uma questão de tempo e convivência, acho que nos falta o convívio, então depois dele ficará claro se é um engano ou uma possibilidade.